segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Cartel de Cali e o futebol


O Cartel de Cáli é um cartel de drogas situado na região sul da Colômbia, ao redor da cidade de Cáli. De acordo com algumas estimativas o Cartel já controlou cerca de 80% das exportações de cocaína da Colômbia. De acordo com o escritor Fernando Rodríguez Mondragón (autor do livro: O Filho do Enxadrista 2), o cartel subornou a seleção peruana de futebol para ajudar a Argentina a conquistar a Copa do Mundo de 1978, realizada na Argentina, e ofereceu US$ 3 milhões para Maradona jogar no América da Colômbia (America de Cali).”
O América de Cáli foi o braço futebolístico do Cartel de Cáli. A quadrilha promovia o tráfico de drogas na Colômbia ao lado do Cartel de Medellín (ligado ao Atlético Nacional) e usava o futebol como parte das medidas para ganhar espaço na sociedade colombiana. Com a intensificação das políticas norte-americanas para o combate ao narcotráfico, o clube acabou atingido.
O termo que apavora os torcedores escarlatas (torcedor do America) é “Lista Clinton”, nome pelo qual ficou conhecida a Ordem Executiva 12789, assinada pelo então presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, em 1995. Pelo texto, empresas e entidades ligadas ao narcotráfico colombiano teriam seus recursos nos Estados Unidos congelados e não poderiam fazer negócio com empresas norte-americanas. E os diablos rojos foram incluídos nessa lista.

Com isso, o América de Cáli perdeu, de um dia para o outro, cerca de US$ 1 milhão que tinha depositado em bancos norte-americanos. Mesmo depois de 13 anos, o clube continua sem acesso a esse dinheiro, que inclui até o prêmio de US$ 200 mil pelo título da Copa Merconorte de 1999.

Há relatos que antigamente o Cartel costumava presentear os árbitros com gordas quantias quando iam apitar partidas do América de Cali na Libertadores. De acordo com Fernando Rodríguez Mondragó (filho e sobrinho dos comandantes do Cartel de Cali), "meu tio não deixava os árbitros que vinham à Copa Libertadores da América pagar nada... Eles se encantavam ao vir a Cali, porque tinham tudo pago. Quando iam pagar a conta do hotel, lhes diziam que estava paga” (trechos de uma entrevista publicada na Terra Magazine Latinoamericana).
Hoje o América de Cáli vive uma grande crise financeira por ter bens bloqueados pela Justiça norte-americana devido a proximidade com o Cartel de Cáli. Outra dificuldade do clube é arrumar bons patrocinadores. A nova política do América foi investir em jogadores de salários baixos e tentar revelar talentos. Não apenas para montar um time minimamente competitivo, mas também para conseguir vender um ou dois jogadores por temporada e se sustentar financeiramente.

1 comentários:

Saulo 22 de setembro de 2008 às 18:00  

Só nos resta a Sul-Americana agora. Vamos ver no que vai dá.

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